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Com 13 municípios e uma população estimada em aproximadamente 2,4 milhões de habitantes, a Baixada Fluminense é hoje uma região de contrastes. Por estar ligada diretamente à capital, Rio de Janeiro, é uma das áreas mais populosas e economicamente ativas do estado. Por outro lado, a região é carente em diversos aspectos: a maioria da população que lá vive não conta com infraestrutura e, em se tratando de tecnologia, é completamente desprovida de uma rede de alta velocidade para levar internet de qualidade para hospitais e centros de ensino.
"Em um mundo conectado, não é mais privilégio contar com uma internet dequalidade e sim dever governamental prover esse acesso de forma digna à populaçãoe à comunidade acadêmica. Principalmente após a Pandemia, que estreitou aindamais os laços online entre as pessoas”, defende Cesar Renato Gama
“Em um mundo conectado, não é mais privilégio contar com uma internet de qualidade e sim dever governamental prover esse acesso de forma digna à população e à comunidade acadêmica. Principalmente após a Pandemia, que estreitou ainda mais os laços online entre as pessoas”, defende Cesar Renato Gama, Diretor de Informática do campus Nova Iguaçu do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ). E foi com esse pensamento em mente que ele capitaneou a criação de um projeto audacioso: a criação do Arco de Internet da Baixada Fluminense para levar conexão de alta velocidade, de 1 a 10 gigas dedicados, a toda da região.
“O estado do Rio de Janeiro conta com uma rede metropolitana, porém ela não passou por nenhum processo de expansão desde que foi criada. Dessa forma, apenas Petrópolis, Niterói e a cidade do Rio de Janeiro estão atendidas”, explica Gama. Diante disso, iniciou-se um minucioso planejamento que durou três anos e envolveu o estudo geográfico e tecnológico para definir os investimentos e o caminho a ser adotado para levar essa infraestrutura à Baixada Fluminense e garantir o maior benefício para as instituições da região.
O resultado foi a criação de um projeto dividido em duas etapas. A primeira prevê conexão com a Rede Acadêmica Brasileira (Rede Ipê) criada pela RNP e que conta com Pontos de Presença em todo o Brasil. O projeto previu que a interceptação da fibra aconteceria na cidade de Deodoro e percorreria cerca de 30 quilômetros passando pelas cidades de Nilópolis e Mesquita - conectando o Polo do CEDERJ e o Hospital da Posse - até chegar ao CEFET/RJ de Nova Iguaçu. Nessa etapa, mais de 80 instituições de ensino e saúde já serão interligadas, o que beneficiará mais de 1,3 milhão de habitantes. No segundo momento, a partir desse primeiro hub de conectividade, a rede será expandida para diversas outras cidades. “Inicialmente, levar fibra para cidades tão distantes seria inviável. Mas com a criação do polo, podemos conectar a grande maioria da Baixada Fluminense”, explica Gama.
Com o estudo pronto, surgiram os principais desafios: em um momento em que os recursos estão cada vez mais escassos, onde buscar investimento para a execução do projeto? Além disso, onde obter o apoio e uma equipe multidisciplinar para a criação dessa rede, que envolve desde geógrafos e engenheiros até profissionais de TIC? Segundo Gama, para superar o primeiro desafio, foi preciso utilizar uma Emenda Parlamentar na Lei Orçamentária Anual, que é um instrumento do Congresso Nacional que permite a inserção de uma programação orçamentária extraordinária para atender as demandas das comunidades que os parlamentares representam.
“Este projeto é uma grande oportunidade de atender importantesinstituições como o CEFET – Campus Nova Iguaçu, o Hospital Geral de NovaIguaçu, o UFRRJ Campus Nova Iguaçu e o consórcio CEDERJ de educação, com uma redeintegrada à nossa rede metropolitana da Cidade do Rio de Janeiro, por meio daparceria com a SUPERVIA. Assim, será possível expandir a capilaridade da redemetropolitana do Rio em direção à Nova Iguaçu até a Estação Supervia de NovaIguaçu. Adicionalmente, essa rota atenderá ainda outras instituições como oIFRJ-Campus Nilópolis e o IFRJ - Campus de Mesquita”, explica Grizendi
Ou seja, foi preciso realizar um trabalho de apresentação e convencimento dos Deputados Federais do Estado da importância da criação do Arco de Internet da Baixada Fluminense. “Os engenheiros e projetistas da RNP foram fundamentais para nos ajudar a elaborar o projeto. Além disso, nós desenvolvemos uma forma criativa de apresentar aos parlamentares: um vídeo que mostrava a importância do projeto e como as pessoas da região necessitava drasticamente de acesso à internet a partir das instituições de ensino e de saúde. O resultado foi excelente, pois obtivemos o apoio necessário e o orçamento foi aprovado. Foi uma grande vitória porque executar projetos deste porte apenas com o orçamento padrão é praticamente impossível. Logo, é preciso buscar orçamentos de forma diferenciada, uma vez que os orçamentos atuais funcionam apenas para atender às necessidades básicas”, explica.
Com os recursos garantidos, a CEFET/RJ estabeleceu um convênio entre a prefeitura de Nova Iguaçu e a RNP para pôr em prática a execução. “Buscamos o apoio da RNP para a criação do piloto. Nele, as instituições integrantes do Anel de Dados passam a ser polos de distribuição de conectividade para escolas municipais do entorno”, detalha. A verba, direcionada diretamente do Ministério da Educação para a RNP, permitirá a execução do projeto de expansão da Rede Ipê até Nova Iguaçu. E para chegar lá, uma obra complexa será executada. Os cabos de fibra acompanharão as linhas de trens metropolitanos, tendo que superar obstáculos naturais e urbanos. As obras serão iniciadas no primeiro semestre 2023, com previsão de conclusão da primeira etapa do projeto até o final do ano. De acordo com Eduardo Grizendi, Diretor de Engenharia e Operações da RNP, a complexidade do projeto é diretamente proporcional ao grande benefício que ele pode trazer para toda a população da região. “Este projeto é uma grande oportunidade de atender importantes instituições como o CEFET – Campus Nova Iguaçu, o Hospital Geral de Nova Iguaçu, o UFRRJ Campus Nova Iguaçu e o consórcio CEDERJ de educação, com uma rede integrada à nossa rede metropolitana da Cidade do Rio de Janeiro, por meio da parceria com a SUPERVIA. Assim, será possível expandir a capilaridade da rede metropolitana do Rio em direção à Nova Iguaçu até a Estação Supervia de Nova Iguaçu. Adicionalmente, essa rota atenderá ainda outras instituições como o IFRJ-Campus Nilópolis e o IFRJ- Campus de Mesquita”, explica Grizendi.
Diante do sucesso da iniciativa, que vai transformar a vida de milhões de pessoas de uma região bastante carente, Cesar Gama destaca dois aspectos fundamentais: a certeza de que, com vontade e esforço, é possível superar os mais espinhosos desafios para se alcançar um objetivo, bem como a esperança de que o exemplo de Nova Iguaçu inspire outras instituições em todo o Brasil. “Para quem trabalha com educação e tecnologia como o CEFET, todo o projeto é possível. E como é dito na música de Milton Nascimento e sua turma, sonhos jamais envelhecem”, conclui emocionado Gama, repetindo as duas últimas frases do vídeo que ele utilizou para convencer os parlamentares da viabilidade desse sonho.
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